Casamento não é missão, casamento é amor em ação

O que você precisa valorizar no seu casamento? Pare um pouco e relacione duas ou três áreas onde você precisa investir em seu casamento.

Os dez mandamentos do namoro

O namoro não faz parte da cultura bíblica. Prova disso é que não lemos de namoro na Bíblia. Mas as Escrituras têm o dizer sobre o assunto.

Podemos fazer sexo anal?

Se você vai praticar sexo anal use camisinha, use um bom lubrificante, relaxe a musculatura na hora da penetração, e seja feliz!

Algumas lições para os casais

Os casados devem viver o casamento como se o não fossem, com liberdade madura, com leveza, conquistando cada dia o nosso cônjuge.

Casamentos saudáveis

Os estudos mostram “sete chaves” para se vivenciar uma aliança e não apenas um casamento funcional.

domingo, 2 de novembro de 2014

Aprendendo a gozar / Orgasmo



É natural que homem e mulher gozem sexualmente. Isso é próprio da constituição biológica e psicológica de ambos. É normal que pessoas normais gozem. Mas, nem sempre é o que acontece. As razões para isso são as mais diversas: traumas, educação familiar, conceitos, tabus religiosos, e assim por diante. Veja o exemplo de uma mulher que foi estuprada e que não conseguia ter orgasmo, mas que ficou livre para aprender a gozar.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Como fazer para reconstruir minha família de volta

Recebi um e-mail de uma senhora que encontrou nosso blog, gostou de seu conteúdo e até imprimiu algumas coisas dele. Ela está passando por um processo de separação e quer saber: “Como fazer para reconstruir minha família de volta”. É difícil dizer alguma coisa específica para ela sem conhecer detalhes da situação. Mas, aproveito para dizer algo que possa ajudá-la de alguma maneira e a tantos que vivem dias difíceis no ambiente familiar.

Defender a família é defender o óbvio. Todos nós procedemos da família, nos constituímos em família e vivemos em família. Mesmo aquelas pessoas que se encontram em situação degradante e que vivem na rua da amargura, na desilusão, sozinhas, sem esperança e sem Deus no mundo; mesmo essas pessoas tiveram um pai e uma mãe. A família é chave, é base para todos e deve ser amada, cuidada e defendida sempre.

Quando duas pessoas se relacionam, se amam e decidem casar, fazem isso livremente como expressão de amor, compromisso e com a intenção de viverem juntas até que a morte os separe. Esse é o ideal e quase sempre é o desejo inicial de todo casal, ainda que não se possa negar aqueles casos onde casamentos acontecem com segundas intenções e que logo acabam porque nunca começaram de verdade. E, se não acabam com a separação, vegetam debaixo de um teto apenas por conveniência para manter uma aliança “diante de Deus”, para não fazerem feio para a família, para não perderem o convívio com os filhos, e em muitos casos para poderem continuar dentro dos padrões da igreja.

Infelizmente muitos casamentos são mantidos apenas na aparência, porque na verdade nunca existiram de fato. Falando de casamento Jesus disse: “o que Deus ajuntou não o separe o homem”. O que ele quis dizer com isso? Deus ajunta todos os casais pelo casamento ou nem todo casamento é unido por Deus? Eu sou de opinião que, sem amor, nenhuma cerimônia conjugal casa ninguém e que o registro conjugal num cartório não passa de um acordo legal e não de um casamento, isso quando o casal não se casa por amor de livre consciência. Casamentos arranjados, interesseiros e convenientes não são casamentos, mas apenas o que são pelos motivos que os fizeram acontecer.

Casamento é para pessoas adultas, conscientes, responsáveis, livres e que sabem o que estão fazendo quando casam. A Bíblia diz: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Casamento implica em deixar a casa dos pais. Muitos casamentos não dão certo porque o marido ou a esposa não conseguem deixar a casa dos pais. Até mudam de casa, mas não conseguem deixar de depender de onde saíram. A dependência pode ser emocional, financeira e até de gestão administrativa. Quando alguém casa continua filho e filha e deve honrar pai e mãe, porém, não pode ficar na dependência afetiva dos pais ao ponto de prejudicar a relação conjugal. O ditado popular diz: “Quem casa quer casa”. Então, o casal novo deve ser capaz de se manter financeiramente e capaz de tomar suas próprias decisões sem a interferência dos pais. Isso não impede um conselho voluntário dos pais ou solicitado pelos filhos, mas nada de interferências intrusas, abusivas, ou dependência doentia dos filhos.

Deixar pai e mãe leva ao segundo passo que é unir-se ao cônjuge. Essa conjugalidade aplica-se a tudo, é uma união integral, física, emocional, espiritual, financeira e tudo o mais que envolva a relação de um casal. Isso não anula a individualidade, a liberdade de pensar, opinar, decidir, escolher, mas sempre levando o outro em consideração. O texto bíblico citado acima ainda diz que os dois se tornam numa só carne. A união de um casal acontece também na junção sexual, na parceria nua e crua de um erotismo sem falsos pudores, sem limites pra sonhar e fazer acontecer. Muitos casamentos emperram aqui porque os cônjuges não entendem ou não aceitam esse mútuo pertencimento. O marido deve dar à esposa tudo o que lhe é devido sexualmente, também, de igual modo, a esposa ao seu marido. O corpo da mulher é para o seu marido e o corpo do marido é para sua mulher. Nenhum deve negar nada ao outro, mas apenas o que for de mútuo consentimento. A restauração de um casamento pode estar na restauração da vida sexual do casal.

Ninguém casa com estranhos, o que significa dizer que ambos precisam conhecer o histórico familiar um do outro. Isso é importante para a compreensão do porque cada um é como é. Esse conhecimento da herança familiar faz diferença nas crises conjugais no sentido de entender, perdoar, aceitar, ceder, tolerar ou procurar ajuda específica. Casamento não só requer compreensão sobre o outro como o outro é, mas também implica abrir mão de opiniões, desejos e interesses. Casamento não é lugar para medir forças com o cônjuge, porque no casamento os dois jogam no mesmo time, de modo que quando um ganha o outro ganha e quando um perde o outro também perde.

Quando o casamento não vai bem é muito fácil culpar o outro, mas não se reconstrói um casamento culpando a pessoa que dizemos amar e com a qual queremos viver até o fim da vida. Cada um deve se enxergar, fazer sua parte, conversar bastante, analisar todas as situações, pesar o que é positivo e negativo na relação e juntos se empenharem para o bem comum da vida familiar. O marido deve dar tempo para sua esposa, apoiá-la em seus afazeres, ser carinhoso, amoroso, respeitoso e paciente com ela. Semelhantemente a esposa deve respeitar seu marido, agradá-lo e apoiá-lo no que ele faz. Isso tudo parece estranho em nossos dias porque muitos casais vivem competindo entre si, mas não é desse modo que se constrói uma família.

Quando existem filhos a responsabilidade aumenta. Toda possibilidade de separação deve ser muito bem pensada porque os filhos sofrerão com isso. Por outro lado, nenhum casamento deve ser mantido apenas por causa dos filhos. Se todas as tentativas de continuidade do casamento se esgotarem, o casal deve fazer tudo conforme a lei, nunca priorizando coisas em detrimento das pessoas, considerarem com calma e bom senso a situação dos filhos e tocarem a vida para frente.

O casamento é importante na vida de qualquer pessoa, mas ele não é tudo. A vida continua e pode continuar melhor, principalmente quando o casamento é tão mau que justifique uma separação. Faça de tudo para restaurar seu casamento, mas não ao ponto de destruir-se por isso ou de achar que sem a permanência desse casamento tudo o mais perde a razão de ser. Não, você pode recomeçar sem casamento ou em outro casamento. Somente você pode decidir o que fazer. Peça a bênção de Deus sobre o seu casamento e faça o que acha que deve fazer depois de ponderar todas as possibilidades.

Antonio Francisco

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Liberte-se do seu passado de comiseração


Uma relação saudável só acontece com uma pessoa que já se divorciou de seu passado doente, isto porque, quando esse passado é de comiseração, complexos, e práticas que interferem no presente no que diz respeito ao convívio com quem quer que seja, tem que existir cura. Uma pessoa que ainda não se resolveu consigo mesma não consegue se relacionar com ninguém. Portanto, esqueça seu passado triste e prossiga com fé e confiança.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Filha perdoa pai que lhe estuprou por dez anos


Nenhum pecado é maior que a bondade de Deus em nos perdoar. Esse é um exemplo do poder do Evangelho na vida de uma mulher violentada sexualmente por seu pai, mas que encontrou em Deus graça para perdoá-lo. É assim que o Evangelho se cumpre na vida de todo o que crê em Jesus, que disse para perdoarmos setenta vezes sete. Ainda que alguém tenha motivo de queixa, o mandamento é para que perdoemos.

Antonio Francisco - Cuiabá, 25 de janeiro de 2014

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Provérbios para aprender a sabedoria, o ensino, e o temor do Senhor

1.1 - Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel. A palavra “provérbio” é um pequeno ditado que condensa a sabedoria com poucas palavras facilitando a sua memorização (pro = em lugar de; verba = palavras). O provérbio não argumenta: ele se expressa de modo enfático. O livro bíblico de Provérbios foi escrito por Salomão, filho de Davi, o rei de Israel (1.1; 10.1; 25.1), que escreveu três mil provérbios (1 Reis 4.32).

1.2 - Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; Os provérbios nos ajudam com objetividade a maneira de viver neste mundo com coerência, sabedoria, agradando a Deus e amando o nosso próximo. Esse livro merece nossa atenção e dedicação, pois seu conteúdo é rico em instruções para o bem. O propósito dos provérbios é ensinar a sabedoria de modo prático. A palavra “sabedoria” é mencionada mais de quarenta vezes no livro de Provérbios. Por isso, o livro não deve ser lido às pressas, caso contrário, não se assimilará a riqueza de seus ensinamentos. Uma boa maneira de aprender com “Provérbios” é ler um capítulo por dia. Como o livro tem trinta e um capítulos é possível lê-lo em um mês lendo apenas um capítulo por dia. Isso é possível para qualquer pessoa que tenha o mínimo de interesse em ser sábia para a vida a partir de provérbios escritos por um grande sábio que foi inspirado pelo Espírito Santo de Deus. Não basta ler, mas, sobretudo, é preciso “entender as palavras de inteligência” contidas nesse livro maravilhoso. Palavras de inteligência falam de conhecimento profundo de quem viveu e passou para nós o que aprendeu. A inteligência nos dá a capacidade de ler entre linhas e fazer distinções corretas. Ninguém deve subestimar esse tesouro de sabedoria.

1.3 - para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade; Os provérbios nos ensinam a viver com um procedimento justo e correto. O efeito do Evangelho de Jesus em nossas vidas é nos educar a deixarmos a descrença em Deus e abandonarmos os desejos mundanos, para que levemos cada dia uma vida sensata, justa e piedosa. O bom proceder faz diferença na vida de qualquer pessoa que se torna um exemplo com suas palavras, com seu procedimento, com seu amor, com sua fé, e com sua pureza. O bom proceder é uma das maiores necessidades nesses tempos modernos. A Bíblia diz: "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes".

1.4 - para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso. Os provérbios inspirados por Deus ensinam as pessoas inexperientes a serem prudentes e cautelosas, como disse Jesus: "sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas". Os que são facilmente persuadidos e ingênuos podem ter prudência e bom senso; e mesmo os que não têm boa formação acadêmica, podem ter maior compreensão para um viver saudável do que todos os seus mestres, se meditarem nos testemunhos de Deus. "De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti". O jovem sábio que tem bom senso sabe que pode se alegrar na sua juventude, e recrear o seu coração nos dias da sua mocidade; pode andar pelos caminhos que satisfazem ao seu coração e agradam aos teus olhos; porém, ele sabe que de todas estas coisas Deus lhe pedirá contas. Por isso, ele torna-se padrão dos fiéis porque vive dando razão a Deus conforme os valores do Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

1.5 - Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". Ouvir, mostra interesse em crescer, disposição em aprender e obedecer. Os provérbios não são destinados apenas aos simples e aos jovens inexperientes mencionados no verso anterior, mas também aos sábios e instruídos. O sábio sempre pode crescer e o instruído pode conseguir cada vez mais habilidade. Paramos de viver quando paramos de aprender e crescer. Nada contra a sabedoria e a instrução acadêmica, mas o livro de Provérbios fala basicamente da sabedoria que vem de Deus e que podemos pedir a Deus. Essa sabedoria que vem lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Essa sabedoria nos habilita para toda boa obra.

1.6 - para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios. Os simples, os jovens, os sábios e os instruídos, adquirem sabedoria entendendo os provérbios, parábolas e enigmas dos sábios. Os provérbios não são apenas palavras sábias, mas também palavras obscuras - parábolas onde a sabedoria é apresentada de modo figurado ou enigmático como uma fonte inesgotável, de onde a instrução precisa ser extraída, ou como uma grande mina, onde ela tem de ser tirada. Observe que a vivacidade dos provérbios está na antítese ou na comparação. Oração e meditação profunda nos ajudam a entender o que está oculto nessas máximas cheias de sabedoria para o bem viver. A sabedoria e o ensino devem ser aprendidos e entendidos; o bom proceder, a justiça e a retidão devem ser obtidos por todos - inexperientes, jovens, sábios e instruídos. Todos podem ser prudentes e capacitados para uma vida de qualidade. Tudo isso começa no querer, na de-cisão de romper com um padrão medíocre de viver.

1.7 - O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. Esse pode ser considerado o versículo chave do livro de Provérbios. Temor do Senhor não quer dizer medo de Deus, mas amor reverente e obediente. Essa é a base, o fundamento para o verdadeiro saber na vida. Note que esse saber não é conhecimento acadêmico, fruto de leituras e cursos teológicos ou profissionalizantes. Trata-se de um saber que só se adquire com a fé no relacionamento com Deus, como disse Jesus: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". Jesus disse que esse temor se manifesta pelo amor e a obediência a Deus: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos". Mas os ignorantes que não se deixam ensinar desprezam o ensino, e por isso mesmo perecem em todos os sentidos.
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1.1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. 1.2 Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; 1.3 para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade; 1.4 para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso. 1.5 Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade 1.6 para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios. 1.7 O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. (Provérbios 1.1-7).

Antonio Francisco - Cuiabá, 20 de janeiro de 2014 - Voltar para Devocionais em Provérbios.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Casamento não é missão, casamento é amor em ação

A melhor definição de casamento que conheço é aquela que diz: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Casamento é deixar quem você já ama naturalmente para viver com quem você ama por escolha; é unir-se voluntariamente por amor a alguém para uma relação de unidade integral de corpo e alma. Casamento é gozar a vida com a pessoa que você ama todos os dias de sua vida breve.

O homem e a mulher foram criados igualmente à imagem e semelhança de Deus, com percepções humanas e divinas equivalentes. Conforme o plano da criação é o homem que responde inicialmente diante de Deus pelo casal e pela família, mas Deus fala também diretamente com a mulher e essa fala com Deus. Isso mostra a capacidade relacional entre o homem e a mulher e deles com Deus.

Nenhuma relação humana se equipara à conjugalidade inerente ao casamento. A semelhança entre o homem e a mulher é tão óbvia, que, as primeiras palavras de Adão ao encontrar-se com Eva foram: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”. As diferenças que existem entre homem e mulher são pontos de integração na relação conjugal. As diferenças se complementam e favorecem a interdependência entre marido e esposa.

Mas, se homem e mulher foram criados capazes de viverem em perfeita harmonia e amor, por que então os casamentos são cada vez mais instáveis? Por que tantas esposas e maridos sofrem em seus casamentos? Por que muitos casamentos são um verdadeiro inferno ao ponto de um desejar a morte do outro quando não acontece de literalmente matar? Existe amor num casamento assim?

Precisamos voltar ao princípio e lembrar que a capacidade de um casamento pleno foi prejudicada pelo pecado. Ao pecarem, Adão e Eva começaram uma rivalidade entre si que faz mal a todo casamento. O castigo de Deus para ambos foi: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”. Ou seja, a mulher tem o desejo de controlar o homem e o homem de controlar a mulher. Mas isso não é mandamento de Deus para o casamento e sim consequência do pecado. Casamento não é controle.

O egoísmo tem destruído muitos casamentos desde então. Daí existirem as mulheres rixosas, capazes de destruírem qualquer casamento. Ninguém tem que suportar uma esposa rixosa. O próprio Deus diz que é melhor morar no canto do terraço do que junto com a mulher rixosa na mesma casa. Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda. A mulher briguenta é como o gotejar contínuo no dia de grande chuva, é insuportável. Ninguém tem que casar ou viver casado com uma mulher assim. Se não houver mudança no casamento, o melhor é mudar de casamento. Veja o vídeo:



Por outro lado também existe o marido carne de pescoço, intragável, brutamontes, reclamador, exigente ao extremo, sem amor, sem afeição, sem compreensão, sem mansidão, sem humildade. Esses também não devem ser suportados num casamento até que a morte separe o casal. O que todos precisamos saber e praticar antes ou depois de casados, é que casamento não é um carma, uma cruz que temos de carregar, uma missão para mudar o outro. Aliás, ninguém deve casar para mudar o seu cônjuge. Esse era papel dos pais e não do marido ou esposa. Casamos por amor e para amar, e não para domesticar, domar, mudar ou transformar a pessoa com quem casamos. Lembre-se da punição de Deus: “Ele te governará”. Mas isso não precisa nem deve ser assim. Cada um deve aceitar o outro como cada um é. As mudanças dentro de um casamento acontecem com consciência e por decisões maduras e conjuntas. Ser aluna de um marido professor é coisa que nenhuma mulher aguenta nem deve. Veja o vídeo:



Casamento é amor em ação. Isso não faz a gente negar que existem as incompatibilidades, o que é natural, porque somos indivíduos antes de sermos um casal. Até porque um casamento só pode ser sadio se ele for constituído por duas pessoas inteiras, autênticas, verazes, e que estabelecem seus próprios limites. Mas existem sim as diferenças, e se não existissem, alguma coisa estaria muito errada. Depois de mais de trinta anos casado, vejo o quanto sou diferente da minha esposa, mas isso não anula nem diminui o nosso amor. Pelo contrário, a consciência e o respeito pelas diferenças qualificam o amor entre um casal. Portanto, chega de tratar o casamento como um sacramento infernal. A própria palavra conjugal fala de junção, harmonia, entendimento, prazer e alegria em viver com a pessoa amada. Caso contrário, não é casamento, é missão, e não casamos para isso. Deus nos tem chamado à paz.

Antonio Francisco – Cuiabá, 18 de janeiro de 2014

sábado, 7 de dezembro de 2013

Viva seu casamento antes que ele morra

Esta semana, a convite de um casal amigo, fomos ao cinema assistir ao filme “Vovô sem vergonha”. Éramos três casais naquela noite de confraternização. O filme, politicamente incorreto do início ao fim, começa com o momento em que a esposa de Irving falece, o que traz motivos de comemoração para o velhote. Mas antes disto, Irving precisa levar seu neto Billy (Jackson Nicoll, carisma puro) ao outro lado do país para entregá-lo a seu pai, já que a mãe do garoto será presa devido ao porte e uso de drogas.

O filme não é para moralistas e pudicos exacerbados, mas para quem quer rir e se descontrair um pouco, como aconteceu no cinema naquela noite. As pessoas davam gargalhadas quase que o tempo todo porque o velho era sem vergonha mesmo. Enquanto isso aproveitei para tirar algumas lições para a vida conjugal, como tenho procurado fazer em todos as ocasiões. Depois que você aprende a olhar para tudo o que acontece ao seu redor como uma parábola para a vida, tendo sempre Jesus como chave hermenêutica de tudo e não apenas das Escrituras, é maravilhoso. Nisso se aplica a palavra que diz: "Todas as coisas são puras para os puros", exceto o que é contra a vida.

No velório da mãe (que foi uma confusão), a filha aparece toda revoltada contra o pai e entrega o filho ao avô para que o mesmo entregue o neto ao pai. Isso me pareceu mostrar uma família em total desarmonia. O marido ao invés de lamentar a morte da esposa, comemora, e a filha sai do velório para a prisão pelo uso de drogas. Isso diz da necessidade de conversão entre pais e filhos, como diz a profecia bíblica. Existem muitos filhos órfãos de pais vivos que nunca deram atenção aos seus filhos, fazendo-os crescer com total necessidade de amor, carinho, e qualidade de vida. Essa carência afetiva torna os filhos vulneráveis nesta sociedade violenta e fria.

Por alguma razão (problemas com a funerária), Irving não conseguiu sepultar sua esposa. Por isso mesmo, naqueles dias quando teve que levar o neto para o pai do menino que morava numa cidade distante, ele colocou o corpo da esposa morta no bagageiro do carro e viajou com o cadáver, sem sentir nenhum remorso, até que de volta para casa, joga o corpo da velha de cima de uma ponte dentro do rio. Será que existem casais andando com o cônjuge vivo-morto? Certamente que sim.

O avô acaba voltando para casa com o neto que não ficou com o pai. O menino gostava muito do avô e este do menino. Um parecia suprir a carência afetiva e relacional do outro. Há pontos positivos nisso, mas ai do marido ou da esposa que trocar o cônjuge pelos filhos ou pelos netos. Talvez seja por este motivo que a maioria dos casais americanos se separam, ou seja, quando os filhos saem de casa. Um olha para o outro e por não terem mais o que tinham em comum que eram os filhos, se separam. 

Não espere que seu cônjuge morra para viver intensamente seu casamento. Depois da morte da esposa, Irving reclamou para uma mulher que estava ao seu lado na recepção de um consultório, que há muitos anos não fazia sexo com a esposa. O filme mostra com ênfase a obsessão do velho pelo sexo, o que parecia ser pelo menos em parte resultado de uma vida sexual frustrada. Isso retrata a realidade de muitos casais que têm uma sexualidade insatisfeita por razões as mais variadas. Às vezes o problema passa pela falta de saúde física, mas na maioria das vezes é falta de saúde relacional, tabus, preconceitos, criação disfuncional e tantas outras razões. Poucos casais têm uma vida sexual com qualidade, o que é uma pena, deixar de gozar dessa bênção que Deus nos deu.

A Bíblia diz: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol”. O casamento também é feito de brincadeira, brincadeira de gente grande, mas brincadeira. A vida conjugal é longa e não sobrevive apenas com seriedade e moralismos que não qualificam a relação. Casamento é feito de alternativas, combinações e diferenças. Quem não sabe dissimular e deixar pra lá muitas coisas no casamento, pode morrer de tédio. Tem a hora do riso e tem a hora do choro, a hora da dança e a hora do enterro. Se você não entrar no ritmo do outro, não dá. Quem casa não pode viver engessado, ser intolerante e inflexível. Quem casa não pode ignorar o momento do outro, o dia do outro, o humor do outro, a vontade do outro, e a oportunidade do outro.

Casamento é coisa séria, mas também precisa de leveza, de um pouco de gaiatice. Muitos casais passam a vida inteira sentados na praça e não brincam. Quando o casamento é funcional e saudável, a relação fica mais espontânea e intensa em seus valores à medida que o tempo passa. Mas, muitos casais nunca brincam, ou deixam de brincar e passam a competir entre si. Quanta gente gastando sua energia no casamento para brigar, reclamar e não para brincar e fazer o outro feliz.

Acredito que muitos casamentos são tediosos como o casamento do “vovô sem vergonha”, onde tudo parece negativo na relação. Tem gente que se associa tanto ao negativo que mesmo falando de algo positivo enfatiza o que seja negativo, como fizeram os religiosos com Jesus. Ele era amável, acessível, cheio de graça. Mesmo assim foi visto como um glutão, bebedor de vinho e amigo de pessoas inaceitáveis. Essa cosmovisão negativa destrói qualquer casamento. Pessoas assim não choram com os que choram, nem se alegram com os que se alegram.

O equilíbrio tem uma importância que devemos esperá-lo em todas as situações da vida. O vovô não era equilibrado, e isso num casamento causa muitos problemas. Um casamento saudável é equilibrado. Nele há alegria e tristeza, pois é assim que a vida é. Uma pessoa normal não vive sempre alegre nem sempre triste. As duas expressões de sentimentos, tanto da dança como do pranto fazem parte de uma vida equilibrada. A capacidade de viver entre esses dois polos é o que dá sentido à vida.

Os poetas compõem melhor no choro ou na alegria. É entre a dança e o pranto que a vida acontece. O casamento ondula entre essas duas realidades, e nesse meio devemos brincar fazendo poesia com a vida. O livro dos Salmos ilustra bem isso. Ele fala de angústia, mas de forma poética. O livro de Cântico dos Cânticos fala do prazer físico, mas também de forma poética. A poesia pode estar tanto no prazer quanto no doer. O vovô era um tarado por mulher, mas não parecia ser romântico.

Gostei da jovialidade do vovô e isso devemos imitar; nunca devemos perder o espírito de menino dentro de nós. Algumas pessoas morrem aos vinte anos e são enterradas aos sessenta. Bom é quando você se olha no espelho com sessenta anos e se sente com vinte. A vida não pode perder a leveza. Precisamos parar de complicar e aprender a brincar. Isso pode acontecer plenamente de forma respeitosa e sem inconveniências. Precisamos curtir a vida dentro do casamento. O casamento acaba quando o casal não sabe mais brincar, apreciar-se, curtir a vida.

Hoje é dia da salvação, é dia sobremodo oportuno para salvar seu casamento. Hoje mesmo olhe para sua esposa com novos olhos, faça carícias nela, afague seus cabelos, beije sua amada com muito carinho. E você esposa, procure seu amado, mostre amor, apreciação e respeito por ele. Levantem-se do banco da praça da vida e comecem a brincar. A praça é nossa! Deixem os meninos livres, se libertem da religião castrante, moralista, e opressora e viva o seu casamento antes que ele morra. Talvez alguém diga: “O meu casamento já morreu”. E eu lhe digo: Jesus ressuscita os mortos, inclusive casamentos.

Antonio Francisco.